terça-feira, 17 de agosto de 2010

Causas e Mecanismos da Lesão Celular

As células vivas precisam manter a homesostasia, uma organização harmoniosa para garantir a sobrevivencia das mesmas. A produção de energia é essencial para a sobrevivencia das células, assim como a necessidade de estabelecer uma barreira estrutural e funcional entre o ambiente interno e o meio hostil. A membrana plasmática realiza isso de varias formas, com sua permeabilidade seletiva, mantendo constante a composição interna de íons contra radientes químicos, abriga moléculas sinalizadoras que mediam comunicação entre o meio interno e externo, entre outras funções.
Ao mesmo tempo as células precisam se adaptar as condições adversas do ambiente como variações de, temperatura, suprimento de oxigênio, presença de substâncias toxicas, ou seja, as células enfrentão diversos tipos de estresses como resultado das alterações que ocorrem no meio interno e externo das mesmas. Os padões de resposta a esses estresses consistem as bases celulares das doenças.
Dependendo da intensidade e/ou duração do estresse (lesão) a celula pode responder de varias formas, desde a adaptação e conservação de seus recursos até a morte celular. Se a lesão for maior que a capacidade da célula se adaptar ela morre, se não ela diminui ou para de apresentar suas funções celulares diferenciadas e reverte a suas caracteristicas unicelular ancestral, que se relaciona com as funções dedicadas exclusivamente a sua propria sobrevivência.
Todas as células possuem mecanismos eficientes para lidar com alterações nas condições da ambiente. Por essa razão canais íonicos abrem ou fecham, substâncias químicas nocivas são detoxificadas, depósitos metabolicos do tipo gordura ou glicogênio podem ser mobilizadas e processos catabólicos acarretam a segregação de material particulado interno. A lesão pode ser reverssível, com restauração total da integridade estrutural e funcional caso o estresse seja retirado a tempo ou a célula resista ao mesmo. Por outro lado se o estresse não for removido a tempo a célular morre.

fonte: Bogliolo
Patologia Geral

terça-feira, 20 de julho de 2010

Síndrome de Crigler-Najjar


Após 120 dias de vida média, os eritrócitos são fagocitados pelos macrófagos do sistema retículo endotelial (baço, fígado e medula óssea) onde é destruído. O ferro existente volta ao plasma onde se liga a transferrina. A globina é degradada em seus aminoácidos com posterior reutilização. Aprotoporfirina IX é clivada em biliverdina, que por sua vez é reduzida a bilirrubina em sua forma indireta que é insolúvel em água. Em seguida a bilirrubina indireta é levada ao fígado através da corrente sanguínea de maneira ligada à albumina. O complexo bilirrubina-proteína é levado ao retículo endoplasmático, onde a enzima uridina difosfato glicuronil transferase (UDPGT) catalisa a conjugação da bilirrubina com o ácido UDP-glicurônico para produzir a bilirrubina conjugada tornando a mesma solsolúvel em água. Depois da conjugação a bilirrubina chega ao intestino a partir do canaliculos biliares e ao chegar no cólon, a bilirrubina livre é reduzida pela ação de bactérias a urobilinogênios que por sua vez são oxidados com formação de urobilinas e estercobilinas.

A síndrome de Crigler-Najjar, é uma desordem hereditária autossomica recessiva rara causada pela deficiência total (tipo I, muito raro) ou parcial (tipo II) da enzima UDP-glicuronil transferase. No tipo I os pacientes geralmente morrem no primeiro ano de vida devido ao kernicterus que é o acúmulo de bilirrubina-não conjugada no cérebro e sistema nervoso. Os poucos que sobrevivem a esta fase desenvolvem kernicterus fatal na puberdade.

domingo, 13 de junho de 2010

Etanol


O álcool é uma das substâncias psicoativas mais consumidas pela sociedade, sendo o seu consumo estimulado em algumas situações, como festas e comemorações. As bebidas alcoólicas são consumidas pelo homem desde o início da história, com aos primeiros relatos de cerca de 6.000 anos atrás, no antigo Egito e Babilônia. Na Idade Média quando foi introduzida pelos árabes a técnica de destilação na Europa, acreditava-se que o álcool era um elixir da vida, um remédio para quase todas as doenças, como pode ser percebido pelo origem galênica do termo whisky que significa "agua da vida".

Desde o início do seu consumo por todas as diferentes sociedades que o utilizavam, os efeitos do álcool na alteração do comportamento já eram conhecidos. Por essa razão o consumo de álcool sofreu restrições que tentavam controlar ou previnir o uso indevido, ainda assim o seu uso continua sendo o mais elevado entre todas as substâncias psicoativas. Estima-se que no Brasil, uma em cada dez pessoas tenha problemas devido ao uso abusivo de álcool, prevalencia alta e que poucas patologias igualam.

No Brasil, antes da chegado dos portugueses, os índios produziam o cauim (do tupi "ka'wi"), uma bebida fermentada preparada a partir da mandioca cozida ou de sucos de frutos como o caju ou milho, que eram mastigados e depois misturados e fervidos em um vasilhamne especial de cerâmica. Com a chegada dos portugueses foram trazidos os vinhos, cervejas, aguardentes e outros destilados, dealto teor alcoólico e suscetíveis a se incandescer, e que alguns colonizadores utilizavam para ameaçar os índios e conquistar suas terras, daí o termo "agua de fogo".

A instalação dos primeiros engenhos para produção de açúcar de cana e aguardente tornou os destilados nacionais, obtidos da fermentaão e destilação da borra do melaço, mais acessíveis para a população de menor poder aquisitivo. Com a popularidade alcançada em todo país e pelo preço acessível, a cachaça, bebida de alto teor alcoólico, contribuiu muito para o agravamento do consumo de álcool pela população brasileira. As bebidas fermetadas são obtidas pela produção do etanol resultande da quebra de açúcares feita por alguns microorganismos, as leveduras.

O etanol é uma substância de baixo peso molecular, hidrossolúvel, sendo rapidamente absorvida no estômago (20%) e intestino (80%). A concentração plasmática máxima é atingida entre 30 a 90 minutis após a ingestão. O álcool também pode ser absorvido pela aspiração de seu vapor. A absorção do álcool é rapida no início do uso e declina posteriormente, mesmo que a concentração no estômago ainda esteja alta. A distribuição do etanol também é rápida, com os níveis nos tecidos semelhantes aos níveis plasmáticos. Por ser hidrossolúvel, o etanol distribui-se por praticamente todos os tecidos, intra ou extracelularmente, variando de acordo com a composição hidríca dos tecidos. O etanol se difunde rapidamente atraves da barreira hematencefálica, atingindo o sistema nervoso central. É possivel estabelecer uma relação entre os níveis plasmáticos e efeitos comportamentais, que é mais visível quando a alcoolemia está em ascensão, sendo menos evidente na fase de declínio.

A principal via de biotranformação do álcool envolve a enzima álcool desidrogenase (AD), uma enzima que contém zinco e que catalisa a conversão de álcool em acetaldeído. Há um polimorfismo genético da álcool desidrogenase e da aldeído desidrogenase (AID), que é a enzima responsável por catalisar a oxidação do aldeído. A deficiência de uma variante de AID está associada ao acúmulo progressivo de acetaldeído e, conseuentemente, aos sintomas adversos após a ingestão de álcool. O álcool também pode ser biotransformado através do sistema de oxidação micrôssomico (SOM).
Em baixas concentrações de etanol, a AD parece ser o principal sistema oxidante, enquanto o SOM desempenha papel importante em concentrações mais altas, especialmente em indivíduos que fazem uso regular de álcool. Uma terceira via de biotransformação do etanol é a catalase, que participa com, no máximo, 10% da biotransformação. No interior dos peroxissomas, o etanol é oxidado com a formação de aldeído, sendo necessário o consumo de peróxido de hidrogênio que é transformado em água.
A produção de peróxido de hidrogênio pelo hepatócito é muito lenta, o que limita a atividade da catalase. O aldeído resultante das três vias de biotransformação do etanol é oxidado a acetato por uma reação catalisada pela aldeído desidrogenase (AID), que é encontrada na matriz da membrana externa, microssomas e citosol do hepatócito. O acetato resultante desta reação é convertido em Acetil-CoA, com desdobramento de ATP em AMP, este último pode ser usado para a produção de um novo ATP ou ser degrado em purinas e ácido úrico. A Acetil-CoA entra no ciclo de Krebs, sendo convertida em CO2 e água.
A maior parte do etanol não oxidado é excretado pelos rins e pulmões, sendo uma pequena fraçãoencontrada sem secreções como suor e saliva. O álcool aumenta a inibição sináptica mediada pelo GABA e pelo fluxo de cloreto, sendo esta ação também estudada como mecanismo de ação.

Maturação das Células Sanguíneas

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Insuficiência Pré-Renal

É um disturbio funcional resultante de uma redução do volume efetivo de sangue arterial. A perfusão reduzida pode ser devida à insuficiência cardiaca com débito cardíaco reduzido ou diminuição do volume vascular provocado pela depleção de sódio ou perda sanguínea.
Quando a pressão renal é menor que 60-70 mmHg, a infiltração glomerular diminui sem a formação de urina. Ocorrem graus variáveis de redução na velocidade de filtração glomerular apesar do sistema auto-regulador do rim tentar manter o suprimento de sangue ao órgão. A insuficiência pré-renal é predominantemente revertida quando o suprimento de sangue ao rim é restabelecido. No entanto, a hipoperfusão prolongada pode provocar lesão renal permanente.


Fonte: Valter T. Motta. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Enterobius Vermicularis "Oxiúros"


O Enterobuis Vermicularis é um parasita que apresenta distribuição mundial, porém tem maior incidência em regiões de clima temperado. É muito comum em nosso meio, atingindo com maior frequencia a faixa etária de 5 a 15 anos, apesar de também ser encontrado em adultos. Interessantes estudos sobre a paleoparasitologia têm indicado através de exames de coprólitos (fezes petrificadas) que o E. Vermucularis (e outros helmintos) parasitam o homem hpa milhares de anos, alguns com datação de 1.000 anos a.C.

Transmissão
O mecanismo de transmissão que podem ocorrer são:
- Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou em alimentos atingem novo hospedeiro (também conhecida como Proinfecção). - Indireta: quando ovos presentes na poeira ou em alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou. - auto-infecção extena ou direta: a criança (frequentemente) ou adulto (raramente) levam os ovos da região perianal para a boca. É o principal mecanismo responsável pela cronicidade dessa verminose. - auto-infecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas eclodiram ainda dentro do reto e depois migraram até o ceco, tranformando-se em vermes adultos. - retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco, onde se transformam em vermes adultos.

Patogenia
Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo paciente. Este só nota que alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal (à noite, principalmente) ou quando vê o verme (chamando popurlarmente de "lagartinha") nas fezes. Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação mecanica ou irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, o apêndice também é atingido. A alteração mais intensa e mais frequente é o prurido anal. A mucosa local mostra-se congesta, recoverta de muco contendo ovo e, às vezes, fêmeas inteiras. O ato de coçar a região anal pode lesar ainda mais o local, possibilitando infecção bacteriana secundária. O prurido ainda provoca perda do sono, nervosismo e, devido à proximidade dos órgãos genitais, pode levar à masturbação e erotismo, principalmente em meninas. A presença de vermes nos órgão genitais femininos pode levar à vaginite, metrite, salpingite e ovarite. Alguns casos raros descritos na literatura mostram a formação de granuloma por por ovo de E. Vermicularis no fígado rins e na próstata.

Profilaxia
Devido ao comportamento especial desse helminto, os métodos prófilaticos recomendados, mais ou menos específicos, são os seguintes: - a roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser "sacudida" pela manha e sem enrolada e lavada em agua fervente, diariamente. - tratamento de todas as pessoas parasitadas da família ou três vezes, com intervlo de 20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasitada. - corte de unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de pós, são medidas complementares de utilidade.

Fonte: Neves, David Pereira. Parasitologia Humana - 10ed. - São Paulo, 2000.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vasculopatia Renal

Entre as doenças mais comuns encontram-se os distúrbios renovasculares, particularmente, nas artérias renais. A disfunção renal, evidenciada por alterações morfológicas e funcionais, é causada principalmente pelo estreitamento ou oclusões no sistema arterial que provocam redução na perfusão para o parênquima renal. As princiapais causas da vasculopatia renal são:

Oclusão da artéria renal. São comuns os casos de traumatismo abdominal grave. A oclusão das artérias renais também ocorrem:
- Trombose que afeta as artérias principais ou segmentares.
- Embolização de coágulo/vegetação
- embolização ateromatosa em artérias renais de pequeno ou médio calibre.

Desenvolve hipertensão seundária, dependente de renina e a perda progressiva da função renal em consequencia da isquemia.

Trombose da veia renal. Afeta a veia renal principal e é encontrada comumente nas glomerulopatias nefróticas, principalmente na nefropatia mambranosa.

Nefrosclerose benigna/maligna. É uma das complicações mais comuns da hipertensão essencial e constitui uma causa importante de insuficiência renal terminal.

Algumas alterações clínicas que ocorrem na enfermidade vascular incluem a perda parcial da capacidade de concentração, proteinúria moderada e um ocasional sedimento urinário anormal. A velocidade de filtração glomerular pode permanecer normal ou levemente reduzida.

domingo, 18 de abril de 2010

Diabetes Mellitus (DM)




A causa mais frequente de hiperglicemia é o diabetes mellitus, um estado de intolerância à glicose e hiperglicemia em jejum e resultante da ação deficiente da insulina. Apresenta anormalidades nos metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos.



Diabetes mellitus tipo 1 (imuno-mediado). Este tipo compreende 5-10% de todos os casos de diabetes mellitus. Os sintomas são: poliúria, polidipsia, polifagia, perda inexplicada de peso, irritabilidade, infecção respiratória e desejo por bebidas doce. o apacimento, em geral, é de forma subaguda ou aguda em indivíduos com menos de 20 anos. Estes pacientes tem deficiência de insulina e são dependentes da insulina para manter a vida e previnir cetoacidose. Quando não tratada, sugem, náuseas, vômitos, desidratação, estupor, como e, finalmente, a morte. O diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição das celulas beta do pâncreas, levando a uma deficiência total de insulina pancreática. Apresenta presença de anticorpos anti-insulina, anti-ilhotas e anti-GAD (descarboxilase do ácido glutâmico). Além do mecanismo auto-imune este diabetes pode ser idiopático.

Diabetes mellitus tipo 2. Ao redor de 80-90% de todos os casos de diabetes correspondem a este tipo. Ocorre em geral, em indivíduos obesos com mais de 40 anos, de forma lenta e com história familiar de diabetes. Estes pacientes apresentam sintomas moderados e não são dependentes de insulina para previnir cetonúria. Nestes casos os níveis de insulina podem ser: normais, diminuídos ou aumentados. É caracterizado pela relativa resistência à ação insulínica. Raramente apresenta cetoacidose diabética.

Diabetes mellitus gestacional. É a intolerância aos carboidratos de intensidade variada (diabetes e intolerância diminuida à glicose), diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez podendo ou não persistir após o parto. Estima-se que essa anormalidade seja encontrada entre 1-20% das grávidas. No entanto, somente ao redor de 3% é diabetes mellitus gestacional verdadeira. Em pacientes diabéticas grávidas, o controle insatisfatório da glicose está associado com alta incidência de morte intra-uterina e má formação fetal. Tolerância à glicose alterada e hiperglicemia estão relacionadas com o aumento na incidência de macrossomia fetal e hipoglicemia neonatal. Na maioria destes casos, a resposta ao TOTG (teste oral de tolerância à glicose) volta ao normal depois da gravidez, no entanto, ao redor de 50% destas pacientes desenvolvem diabetes mellitus nos sete anos seguintes.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Giardíase


O gênero Giardia inclui flagelados parasitas do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfibios, tendo sido, provavelmente, o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. A Giardia é o parasito intetinal mais comumente encontrado no homem.

Transmissão
A forma de infecção do homem é a ingestão cistos maduros, que se transmitem principalmente através de ingestão de água e/ou alimentos contaminados, através de contatos homossexuais e por contato com animais domesticos infectados com Giardia de morfologia semelhante à humana.

Sintomatologia
A giardíase apresenta um espectro clínico diverso, que varia de induvíduos assintomáticos até pacientes sintomáticos que podem apresentar um quadro de diarréia aguda e autolimitnte, ou um quadro de diarréia persistente, com evidência de má-absorção e perca de peso, que muitas vezes não responde ao tratamento específico, mesmo em indivíduos imunocompetentes. Outras caracteristicas são colicas abdominais, fraqueza, nauseas, vômitos e mal-estar.
Na fase crônica em pacientes com deficiencia imunologica em crianças e comum um retardo no desenvolvimento físico e mental, além de perca de peso, diarréia e má-absorção principalmente de nutrientes e gordura, resultando em esteatorréia.

Profilaxia
Formas de Higiene pessoal; Proteção dos alimentos; Tratamento da água;
Tratamento precoce com fármacos com atividade antiprotozoária do paciente com diagnóstico da fonte de infecção e seu tratamento.

Gênero Leishmania


Leishmaníase é uma Zoonoze causada por numerosos protozoários flágelados desse gênero. São transmitidos por insetos da família Phlebotomidae(flebotomíneos).Em seu ciclo vital, essas leishmânias apresentam apenas 2 formas: Amastigota, nos vertebrados; Promastigota, no tubo digestivo dos vinsetos.
Em função de sua afinindades, as Leishmaníases são agrupadas em complexos que agrupam varias espécies:
- Complexo Leishmania brazilienzis
- Complexo Leishmania Mexicana
- Complexo Leishmania tegumentar difusa
- Complexo Leishmania donovani

O complexo Leishmania brazilienzis também conhecido como úlcera-de-Bauru, ferida brava e Leishmaníase cutâneo-mucosa, produzem lesões simples ou múltiplas da pele e metástases(por via linfática ou hematogênica)nas mucosas nasais e orofaringianas, mas não invadem as vísceras. A úlcera apresenta bordas salientes, talhadas a pique e
com fundo granuloso. Na forma crônica o processo inflamatório tende a destruir o septo nasal, que é perfurado e nos casos mais graves, a fala e até a deglutição são comprometidas, de modo que o paciente pode apresentar um quadro de desnutrição de grau variável.

O complexo Leishmania Mexicana produzem lesões benignas na pele não dão metástases nasofaringeas, apresentam úlceras francas que se localizam na cabeça, membros superiores e nas orelhas. Existe uma grande tendência a cura espontânea , mas quando nas orelhas, o processo segue um curso crônico que pode durar um, dois ou mais anos. As pequenas lesões tendem a evoluir para fibrose.

Leishmania tegumentar difusa caracteriza-se por seu acentuado dermotropismo e tendência à disseminação das lesões cutâneas, que, em geral, não se ulceram. A reação inflamatória neste caso é reduzida ou mesmo ausente.

Leishmania donovani também conhecida como
leishmaníase visceral e calazar, os flagelados do desse complexo vivem no interior das células do sistema fagocítico mononuclear do fígado e do baço. Também crescem nos
pulmões, nos rins, nas supra-renais, nos intestinos e na pele. As células hospedeiras
destruídas permitem a disseminação dos parasitos, que podem ser vistos circulando no sangue, inclusive no interior de monócitos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DOENÇA DE PARKINSON


A doença de Parkinson (DP), descrita por James Parkinson em 1817, é uma das
doenças neurológicas mais comuns e intrigantes dos dias de hoje. É uma doença de
distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes sócio-econômicas. Estimase uma prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes. Sua incidência e prevalência aumentam com a idade.
Do ponto de vista patológico, a DP é uma doença degenerativa caracterizada por
morte de neurônios dopaminérgicos da substância nigra e por inclusões intracitoplasmáticas destes neurônios, conhecidas como corpúsculos de Lewy, que provoca rigidez dos músculos, tremores, redução da mobilidade e desequilíbrio.
CAUSAS
Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos, a doença de Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral (uma infecção semelhante à gripe)
relativamente pouco frequente mas grave que causa a inflamação do cérebro.
Noutros casos, a doença de Parkinson deve-se a processos degenerativos, fármacos ou produtos tóxicos que interferem ou inibem a acção da dopamina no cérebro.
SINTOMAS
Os principais sintomas desta doença são:
rigidez dos músculos;
tremores (geralmente nas mãos ou de um lado do corpo);
lentidão nas actividades manuais;
o andar torna-se extremamente difícil, a pequenos passos;
os membros superiores não seguem o ritmo normal da marcha;
a voz torna-se baixa e monótona.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito pelos sintomas e sinais que o paciente apresenta e pelo exame clínico que o médico realiza. Embora neurologistas geralmente concordem que o diagnostico da DP requer a identificação de alguma combinação dos sinais motores cardinais (tremor de repouso, bradicinesia, rigidez roda denteada, anormalidades posturais), uma classificação clínica padrão ainda não foi obtida.
Exames de tomografia ou ressonância servem para afastar alguma dúvida quanto à possibilidade de diagnóstico de outras doenças que podem às vezes imitar a Doença de
Parkinson.
TRATAMENTO
Atualmente não existe cura para esta doença mas várias medidas terapêuticas podem proporcionar o alívio dos sintomas.
Esta patologia pode ser medicada com fármacos que conduzam a um aumento dos níveis de dopamina no cérebro. A dopamina não pode ser usada directamente, porque não passa a barreira hemato-encefálica (BHE). Usam-se assim precursores da dopamina como o levodopa, agonistas da dopamina ou inibidores das enzimas que actuam sobre a dopamina removendo-a, como sejam a monoamino-oxidase-B (MAO-B) e a catecol-O-metil-transferase (COMT).
Nem todos os doentes necessitam de medicamentos, estes estão reservados para aqueles cujos sintomas são muito intensos e de grande influência negativa na sua vida diária.
Nem todos os indivíduos reagem da mesma forma à medicação, é necessário tempo e paciência para se alcançar a dose para o indivíduo em causa. Por vezes, não se consegue aliviar todos os sintomas por completo.
Cirurgia Poucos casos são resolvidos com operação. O tratamento cirúrgico é
indicado para controlar alguns sintomas, como tremores ou rigidez muscular.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

SÍNDROME DE CUSHING


SÍNDROME DE CUSHING é um termo aplicado ao estado clínico que resulta de exposição prolongada e inapropriada a quantidades excessivas de glicocorticóides (cortisona, um dos hormônios produzidos pela glândula supra-renal)livres circulantes. Esse excesso hormonal pode ser provocado por hormônios sintéticos (Cushing iatrogênico), aumento na secreção de ACTH (hipofisário ou ectópico), por uma elevação na produção adrenal ou por doenças envolvendo a glândula supra-renal.As principais complicações cardiovasculares da Síndrome de Cushing são: hipertensão arterial sistêmica, acidentes vasculares cerebrais, hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca congestiva.
O quadro pode ser ocasionado pelo uso continuado de cortisona ou seus derivados, conhecidos como antinflamatórios esteróides. Estas substâncias são empregadas para o tratamento de uma série de doenças, e provocam o síndrome de Cushing como efeito colateral. Dependendo da dosagem empregada e do esteróide sintético utilizado, os sinais e sintomas sempre irão ocorrer. Em algumas ocasiões estes efeitos colaterais ocorrem sem que o paciente perceba ou os relacione com as medicações que está usando. Esta situação ocorre, por exemplo, com a utilização de medicamentos para problemas de pele ou para problemas respiratórios.
Além do quadro associado ao uso de cortisona, o síndrome de Cushing pode ser provocado por doenças da glândula supra-renal e da hipófise. Estas doenças, em geral, são decorrentes de tumores benignos (adenomas) da supra-renal e da hipófise. Na supra-renal podem ocorrer também tumores malignos. Mais raramente o síndrome de Cushing é provocado pela produção de substâncias estimuladoras da supra-renal por tumores malignos ou abdominais.
Os principais sintomas são o aumento de peso, com a gordura se depositando no tronco e no pescoço, preenchendo a região acima da clavícula e a parte detrás do pescoço, local onde se forma um importante acúmulo denominado de "giba". A gordura também se deposita no rosto, na região malar ("maçãs do rosto"), onde a pele fica também avermelhada, formando-se uma face que é conhecida como de "lua-cheia". Ocorre também afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura, e, conseqüente, fraqueza muscular que se manifesta principalmente quando o paciente caminha ou sobe escadas.
No abdômen e no tórax podem ser observadas estrias de cor avermelhada e violeta, algumas vezes com vários centímetros de largura. Algumas pessoas apresentam também pedras nos rins e conseqüentemente cólica renal. A osteoporose é freqüente, provocando dores na coluna e às vezes fraturas nos braços, pernas e na coluna.

Feito o diagnóstico clínico, devemos determinar:
1) se o hipercotisolismo está presente: cortisol na urina de 24h maior que 3 vezes o normal; perda do ritmo diurno do cortisol plasmático; não supressão do cortisol no overnight test (1mg dexametasona entre 23 e 0h) e/ou no teste com baixas doses de dexametasona (0,5mg 6/6h 2dias). Se ainda há dúvida, pode-se dosar o cortisol a meia noite e valores maiores que 7,5mg/dl são indicativos de Síndrome de Cushing;
2) se é ACTH dependente (ACTH maior que 15 pg/ml) ou independente (ACTH meor que 5 pg/ml e cortisol maior que 15 mg/dl); quando ACTH está entre 5 e 15 pg/ml, geralmente, é ACTH dependente;
3) se a fonte do ACTH é hipofisária (doença de Cushing) ou ectópica: faz-se o teste com altas doses de dexametasona (2mg 6/6h 2 dias). Se não há supressão, provavelmente estaremos diante de um tumor não hipofisário produtor de ACTH, geralmente situado no pulmão ou no mediastino (tumor carcinóide). Exames de imagem são úteis para sua localização, sendo a TC e a RNM os mais utilizados em nosso meio. Outros exames são a cintilografia com octreotide (Octreoscan) e a cateterização do seio petroso.

Nos casos decorrentes do uso de cortisona, a mesma deve ser suspensa lentamente, inicialmente trocando o medicamento por uma forma mais semelhante a natural (prednisona ou hidrocortisona) e em doses semelhantes àquelas que existem no organismo normal. Depois de algum tempo (semanas), o medicamento deve ser diminuído gradativamente até ser suspenso. Se o paciente sentir a tentativa de retirada da medicação, a dose deve ser mantida o mais próxima da considerada normal e depois de algum tempo tentada nova retirada.
Os pacientes que têm a doença decorrente de tumores de supra-renal e de hipófise, devem ser submetidos a cirurgia de retirada destes tumores. Para esses procedimentos os pacientes devem ser adequadamente avaliados, e necessitam de cuidados médicos especializados.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Hiperaldosteronismo Primário

Hiperaldosteronismo primário (HP) é um grupo de desordens em que a produção de aldosterona está inapropriadamente elevada, relativamente independente do sistema renina-angiotensina e não supressível pelo aporte de sódio.Essa inapropriada produção
de aldosterona causa dano cardiovascular, supressão de renina plasmática, hipertensão, retenção de sódio, e excreção de potássio que se prolongada e severa pode levar à hipocalemia. O HP é comumente causado por um adenoma adrenal, por hiperplasia adrenal unilateral ou bilateral, ou em raros casos por alterações genéticas como no hiperaldosteronismo supressível por glicocorticoide.

Pacientes com características de hiperaldosteronismo primário, mas cuja cirurgia não detecta adenoma solitário, frequentemente apresentam hiperplasia nodular cortical, também chamada de hiperaldosteronismo idiopático e/ou hiperplasia nodular.

A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e a secreção de potássio pelas células epiteliais tubulares renais, em especial nas células principais dos túbulos renais e, em menos quantidade, nos túbulos distais e ductos coletores. Assim, os efeitos do excesso de aldosterona estarão diretamente relacionados a altos índices de sódio e baixas quantidades de potássio e serão listados a seguir:
1. Aumento do volume do líquido extracelular e da pressão arterial, gerado pelo aumento da reabsorção de sódio, acompanhado de cefaléia. Apesar disso, alterações na concentração plasmática de sódio são pequenas, em virtude da simultânea absorção osmótica de água. Com base no nível e na duração da hipertensão, é freqüente a ocorrência de lesão estrutural da circulação cerebral, da vasculatura retiniana e do rim.
2. Fraqueza muscular e fadiga, resultantes do efeito da depleção de potássio sobre as membranas das células musculares, tanto pelo aumento da excreção desse íon, como pelo estímulo de seu transporte para o interior da maioria das células do organismo, o que gera um efeito depressor sobre a transmissão dos potenciais de ação pelas fibras nervosas.
3. Poliúria, resultante do comprometimento da capacidade de concentração de urina e, frequentemente, também relacionada à polidipsia (diabetes insipidos nefrogênico).
4. Alcalose leve, em virtude do aumento da secreção de íons hidrogênio em troca de sódio nas células intercaladas dos túbulos corticais.
5. Sinais eletrocardiográficos e radiográficos de aumento do ventrículo esquerdo. Embora sejam em parte secundários à hipertensão, a hipertrofia ventricular esquerda, além de desproporcional ao nível da pressão arterial quando comparada com a de indivíduos com hipertensão essencial, regride após a remoção de um aldosteronoma mesmo sem redução da pressão arterial.
6. Sinais eletrocardiográficos de depleção de potássio, como ondas U proeminentes, arritmias cardíacas e extra-sístoles.

No hiperaldosteronismo primário não há ocorrência de edema, em virtude do chamado “escape da aldosterona”: a hipertensão gerada pela retenção hidrossalina estimula a natriurese e diurese pressóricas e libera o hormônio natriurético atrial, aumentando a eliminação de sódio e água pelos rins e impedindo, portanto, a formação de edema.

A confirmação do caso deve ser feita com a medida da aldosterona plasmática após aporte oral ou infusão de sódio, após supressão com fludrocortisona ou após administração de captopril. Para a realização dessas dosagens, o potássio sérico deverá estar normal idealmente por 4 semanas, com suplemento oral se necessário.
Quando confirmado o diagnóstico, o paciente com HP deverá realizar tomografia computadorizada (TC) idealmente com cortes finos (<>
podem representar um carcinoma adrenocortical.
A distinção entre doença bilateral ou unilateral das adrenais é importante, pois adrenalectomia laparoscópica unilateral é o tratamento recomendado em pacientes com adenoma produtor de aldosterona ou hiperplasia unilateral de adrenais e resulta
em normalização da hipocalemia em todos os casos, sendo a hipertensão melhorada na maioria dos pacientes e curada em 30% a 60% destes. Naqueles em que o tratamento cirúrgico é praticável e desejado, essa distinção deve ser feita pela cateterização
venosa adrenal.
Em pacientes com HP em razão da doença adrenal bilateral ou naqueles em que o tratamento cirúrgico não está indicado, o tratamento medicamentoso com antagonista da aldosterona é a conduta a ser seguida, sendo a espironolactona(25-100mg a cada 8 h para controle da hipertensão e da hipocalemia) a droga de escolha em conjunto com a restrição alimentar de sódio. A espironolactona em homens, produz efeitos colaterais, como ginecomastia, diminuição da libido e impotência. Em caso de suspeita de hiperplasia bilateral idiopática, a cirurgia é apenas indicada quando a hipopotassemia sintomática significativa não pode ser controlada por terapia clínica (espironolactona, triantereno ou amilorida).

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Furúnculo


O furúnculo faz parte do grupo das infecções de pele e de seus anexos. Caracteriza-se por uma infecção do folículo pilossebáceo (cavidade onde nasce o pêlo), onde forma-se um nódulo avermelhado, doloroso, quente e com pus no centro resultado da necrose da região central da infecção, chamada popularmente de “carnegão”. Geralmente causada por uma bactéria chamada Staphylococcus aureus. Como a maioria das infecções de pele, o furúnculo não é um problema grave, porém é fonte de grandes transtornos e angústia para os indivíduos acometidos.
As complicações ocorrem quando há uma ruptura da barreira de proteção (formada pelo sistema imune) e, consequentemente, uma disseminação das bactérias. A causa mais importante disso é o hábito comum entre as pessoas de espremer os furúnculos. Isso pode fazer com que as bactérias
caiam na corrente sanguínea e vão infectar outros locais no corpo. Exemplos são as infecções dos ossos (ou osteomielite) e da parede interna do coração (endocardite).
Outra complicação importante tem a ver com a chamada "zona perigosa". Essa região é importante no caso de qualquer infecção de pele, inclusive a acne ("espinhas"). Essa região é localizada na face, entre o lábio superior e o nariz. Nesse local, os vasos sanguíneos comunicam-se com os vasos do cérebro. Assim, caso as bactérias atinjam a corrente sanguínea, podem causar trombose dos vasos cerebrais e infecções graves, como a meningite. Por isso, nas infecções de face deve-se evitar a drenagem, inclusive o ato de espremer espinhas (agora você já sabe porque isso é tão perigoso!).
Outra complicação é a furunculose. Esse nome refere-se à ocorrência de vários furúnculos, ou de sua recorrência. O que acontece, geralmente, é que ao coçar a lesão o indivíduo ‘machuca’ o furúnculo fazendo com que seja eliminado pus que vai infectar outros folículos próximos. As roupas também podem ser veículos de transmissão. Algumas vezes ocorre uma disseminação da infecção, sob a pele, de forma que o furúnculo adquire enorme tamanho. Nesse caso, passa a ser chamado de carbúnculo. O carbúnculo ocorre mais comumente na região da nuca. Os casos de furunculose e carbúnculo ocorrem em pessoas mais predispostas à infecção, como: desnutridos, diabéticos, portadores do HIV e outras doenças.
Os furúnculos podem ocorrer em áreas do corpo ricas em pêlos, que são submetidas à fricção (de roupas justas, por exemplo) e transpiração, como virilha, axila, pescoço, nádegas e face. O tratamento é feito à base de compressas quentes e antibióticos.
A inflamação pode ser múltipla, o chamado carbúnculo, quando reúne vários furúnculos no mesmo local. O carbúnculo pode vir associado com febre e mal-estar, devido à inflamação mais intensa.
Os cuidados com os furúnculos incluem:
- Manter a pele limpa, lavando preferencialmente com sabonetes ou produtos com agentes anti-bacterianos;
- Aplicar o calor de compressas, pois pode ajudar a drenar o pus que está acumulado no furúnculo. Além disso, aumenta a quantidade de sangue na lesão, ajudando o mecanismo de defesa do organismo a combater a infecção;
- Usar sempre toalhas limpas e trocar as roupas de cama com freqüência;
- Evitar usar roupas muito justas, isto pode facilitar a inflamação dos folículos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Interação (Antibióticos e Álcool)

Os antibióticos são substâncias que atuam diretamente sobre o microorganismo, agindo sobre sua membrana celular, suas enzimas ou seu DNA. Cada uma das ações dos antibióticos está ligada à sua estrutura química. Além disso, as características químicas de cada substância modificam a sua absorção em nosso corpo e, de uma maneira geral, isso pode ser entendido da seguinte forma: substâncias com caráter levemente ácido ou alcalino e comportamento apolar (substâncias apolares podem ser entendidas grosso modo como substâncias "gordurosas") dissolvem-se bem em fluidos corporais. O caráter levemente ácido (ou básico) significa que estas substâncias normalmente encontram-se no que se chama de forma não ionizada, que é bem absorvida pelo nosso corpo.
O álcool estimula diretamente as membranas do aparelho digestivo, promovendo maior produção de ácido clorídrico no estômago (daí vem a famosa gastrite do pessoal que bebe demais) e também o aumento dos movimentos do intestino e do estômago, podendo provocar diarréia e vômitos. Estes dois efeitos promovem uma passagem mais rápida e uma menor absorção do medicamento pelo estômago e pelo intestino (especialmente o duodeno, onde a maioria dos fármacos é normalmente absorvida).Assim, a ação do álcool não ocorreria diretamente sobre a substância antibiótica, mas sim na sua absorção.
Porém alguns antibióticos interferem na metabolização do etanol(álcool)que
nada mais é do que a transformação em outras substâncias que serão utilizadas pelo nosso organismo ou então descartadas através da urina ou do suor. Esse processo ocorre em duas fases, entretanto a fase relevante para as interações com antibióticos é somente a primeira, a qual consiste na conversão (em um processo conhecido como oxidação) do etanol a um composto chamado acetaldeído.
Este processo é auxiliado por uma enzima chamada álcool desidrogenase. O acetaldeído, por sua vez é oxidado a acetato com a ajuda de outra enzima chamada acetaldeído desidrogenase. Outras enzimas também participam destes processos e o etanol aumenta também o conteúdo de uma enzima da família conhecida como citocromo P-450 (uma grande família...), que é responsável pela metabolização no fígado de diversos medicamentos, entre eles, vários antibióticos.
Existem algumas substâncias, que por terem em sua estrutura grupamentos contendo nitrogênio ou uma composição de nitrogênio com enxofre, inativam a enzima acetaldeído desidrogenase, a qual não irá converter o acetaldeído proveniente do etanol em acetato. O acúmulo de acetaldeído provoca reações típicas muito desagradáveis, caracterizadas por:Calor, rubor facial, formigamento pelo corpo(exantema), dor de cabeça, fraqueza, palpitações, náuseas, vômitos e eventualmente dificuldade para respirar.
Antibióticos freqüentemente receitados, entre estes certas penincilinas como a ciclacilina e a ampicilina, assim como algumas cefalosporinas, entre elas a cefalexina, a cefadroxila e a cefradina, possuem um grupamento nitrogênio, o qual também é capaz de promover esse efeito.